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Boi de Piranha – Brazilian Zodiac

Boi de Piranha – Brazilian Zodiac é o título da exposição individual do artista multidisciplinar Froiid, a ser realizada na Rodrigo Ratton Galeria que terá sua abertura no dia 06 de março de 2021.

A exposição traz o jogo do bicho como temática. São exibidos 25 trabalhos, cada peça corresponde a um animal representado no tradicional  “jogo de azar brasileiro”. Cada peça adquirida deverá ser retirada assim desmontando a exposição, diferente das mostras tradicionais onde os trabalhos são retirados apenas ao final.

O artista diz que: “Podemos dizer que se tivéssemos um zodíaco brasileiro, nosso horóscopo seria representado pelos 25 animais do jogo do bicho, ser brasileiro muitas vezes é jogo de corte ou azar. Nesta exposição busquei criar trabalhos baseados na tradição construtivista brasileira junto tipografia vernacular (desenhos de letras populares feitas manualmente) vistas nas carrocerias de caminhão. Compõe-se uma instalação que deve ser desmontada conforme o desejo do público visitante da galeria, criando uma instalação em movimento como um jogo de formas e contraformas.” 

Froiid vêm desde 2011, relacionando arte e jogo tradicionais brasileiros criando diversas intervenções e trabalhos artísticos. Recentemente foi o vencedor do prêmio Décio Noviello 2020, e teve uma exposição individual  no Palácio das Artes intitulada “É hora da onça beber água”, onde apresentou o uma mesa de sinuca de 13 metros onde os visitantes poderiam criar seus próprios jogos. 

 

Boi de Piranha e o zodíaco brasileiro de Froiid

 

Recentes projetos do artista mineiro Froiid lidam com dimensões da ideia do lúdico para além de dispor de jogos e outras possibilidades de jogar no campo da arte, que é assumido sempre como plataforma de experimentação coletiva em que experiências lúdicas podem proporcionar rearranjos criativos de dualidades como social e individual, regras e liberdade, percepção e representação, vida e forma. Em "Mapa 3 - Copa do Mundo" (2014), Froiid desenha e realiza um jogo de futebol inspirado no artista situacionista Asger Jorn; "Petelecos"(2014) são objetos que redefinem os espaços e formas do campo de futebol numa escala da mão humana, estabelecendo jogos infinitos e sem propósito além do próprio exercício do "jogar", relacionar-se, expressar-se (há aí um potencial político notável); e "Onde a coruja dorme" (2019) e "É hora da onça beber água" (2020-21) são instalações que rearticulam as dinâmicas dos jogos (futebol e sinuca) em favor da constituição de formas e condições nas quais a participação do espectador se integre de forma imprevista e original. Para o artista, "a prática do jogo é encarada como uma metáfora e um momento de suspensão da realidade, que entende e abrange o processo cultural, por meio da criação de regras e da busca por objetivos. Utilizamos o jogo como matéria viva na construção de nossas ações, onde o lúdico é uma forma potencializadora de novas possibilidades de pensar a cidade e a vida na cidade."  

 

Nesta exposição, realizada na Galeria Rodrigo Ratton, Froiid traz uma abordagem artística do jogo do bicho, esta instituição genuinamente brasileira. A instalação consiste numa série de 25 quadros dedicados aos animais: avestruz, águia, burro, borboleta, cachorro, cabra, carneiro, camelo, cobra, coelho, cavalo, elefante, galo, gato, jacaré, leão, macaco, porco, pavão, peru, touro, tigre, urso, veado e vaca. O artista lidou formalmente com o vocabulário geométrico modernista aderindo a ele o gosto popular, de cores secundárias vibrantes, e a tipografia vernacular de carrocerias de caminhão, além, é claro, da estilização de ícones dos bichos, o que move as imagens a um status limítrofe e oscilante entre abstração e figuração, tendo ainda o nome de cada bicho escrito nas madeiras como legenda descritiva do que se vê. Nesta síntese operada a partir de elementos tão díspares - o purismo elitista do modernismo e o gosto profano pelo popular e urbano - o artista deseja construir uma visualidade que se apropria e problematiza elementos formais e culturais. A afirmação de Froiid é radical: o zodíaco brasileiro é o jogo do bicho.           

 

Júlio Martins, curador 

 

Froiid nasceu em 1986 em Belo Horizonte, onde vive e trabalha. Seu trabalho, desenvolvido de modo multidisciplinar e híbrido, relaciona jogo e arte. É formado em em Artes Plásticas (Licenciatura) pela Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG) e mestrando em Artes visuais. Participou de diversas exposições individuais e coletivas como: É Hora da onça beber água no Palácio das Artes, Belo Horizonte, Festival Internacional de Fotografia de 2017, Belo Horizonte, Onde a coruja dorme na Galeria de Arte BDMG Cultural (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais), Copa do Mundo, no Sesc Palladium, Belo Horizonte e Encontro Internacional de Arte e Tecnologia (#.ART) – Dimensão Politica das Artes, Museu Nacional de Brasília. 

http://cargocollective.com/froiidk/
 

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